Debaixo de uma Lua Prateada

Uma solução

- Isto é maravilhoso. Onde estamos?

- Estamos na floresta perdida, não convém ficares muito encantada, aqui nada é o que parece, tens que ter cuidado – disse o rapaz enquanto me tocava levemente no cabelo – Bem já que estás aqui bem que me podes ajudar, eu sou o Miguel.

- Mas eu não posso demorar-me aqui, a minha avó está em casa não tarda e não posso deixar a Catarina sozinha.

- Pois querida, o problema é que eu não sei como te por de volta no teu mundo… - disse ele amargurado – é por isso que não devias ter vindo… que chatice! – Sentou-se numa rocha que se encontrava perto dele e começou a pensar.

- Mas… foste tu que me chamaste do arbusto?

- Sim mas era só uma experiência… estava a experimentar um instrumento que o meu avô me deu à anos – Nisto, mostrou-me um pequeno instrumento que tinha forma de concha – Ele disse para vir exactamente para este sítio e falar com este instrumento quando sentisse que todo o mundo perdeu o sentido para mim… nunca imaginei que isto fosse abrir um portal.

- Estás me a dizer que não posso voltar para casa?

- Não agora, temos que ir procurar ajuda… desculpa.

Ficámos os dois uns tempos a olhar para o chão da floresta, coberto por ervas rasteiras, rochas e flores silvestres, sem saber muito bem o que fazer. Eu não era pessoa de me passar, precisava era apenas de tempo para assimilar as ideias e tentar pensar numa solução.

- Tenho uma ideia, essa coisa ainda funciona?

- Acho que sim, experimenta falar.

- Catarina, Catarina Costa estás a ouvir?

Ouvi uns ruídos de fundo e de repente ouvi a voz da minha irmã como se ela estivesse a meu lado.

- Mana? Onde estás?

- No arbusto à tua frente acho. Não te aproximes de arbustos agora.

- Como é que estás nos arbustos? Mana estás me a assustar!

- Eu não sei como vim parar aqui, mas agora preciso da tua ajuda, é como uma missão importante e tu és a heroína!

- Diz! – Eu sabia como cativar a minha irmã mais nova.

- Preciso que digas à avó que uma amiga minha estava com uns problemas na redecoração do quarto dela e que me chamou com urgência para a ajudar. Diz-lhe que vou estar o dia todo fora por favor. Estou a contar contigo.

- E se ela perguntar qual é a amiga?

- Dizes que eu não disse nada. Vá agora volta lá para dentro, não venhas ao quintal hoje, muito menos te aproximes dos arbustos.

- Ok.

Ouvi passos e percebi que ela já tinha voltado para dentro de casa, deixando-me sozinha a falar para o estranho instrumento na mão com o Miguel a meu lado.

- E o que vamos fazer agora? – Perguntei em busca de quebrar o silêncio que se tinha formado entre nós. Tudo o que me apetecia era voltar para casa, deitar-me na espreguiçadeira e ficar sentada a apanhar Sol, queria voltar à normalidade da minha vida rotineira, mas estava presa num mundo paralelo com um rapaz que não conhecia de lado nenhum.