Status: Complete.

Boa noite, Sammy

Capítulo único.

Ao momento que a campainha do quarto 506 de um hotel quatro estrelas tocou, esperar-se-ia tudo, menos um Winchester atendendo a porta por "n" razões.

Winchesters eram espécimes acostumados a quartos empoeirados de motéis na beira da estrada;

Winchester não tem dinheiro. Retificação: eles têm dos cartões de créditos falsos, porém usa-los em grandes estabelecimentos era abusar da sorte.

Dean e lugares luxuosos, má combinação. E Sam viria a ter certeza mais tarde, em um coquetel em Chicago.

Citadas as mais relevantes, voltamos à cena.

Uma camareira muito bem-vestida parou à porta. Trazia os pedidos feitos há alguns minutos atrás, o jantar e uma garrafa de vinho branco. Foi Sam quem abriu a porta, agradecendo. E já estava fechando a porta quando Dean passou de boxer pelo quarto.

A camareira nada disse, apenas deu aquele sorriso significativo. Dois homens bonitos. Aquele de boxer era o mais atraente. Ainda assim... A teoria de que os gays são sempre os mais cobiçados. Que desperdício.

Nada vinha a cabeça de Sam para falar e, sinceramente, o que teria de justificar para uma estranha? Nada. Agarrou-se aquele pensamento, e convenceria a si mesmo se não fosse Dean para dar uma de comediante. Passou perto dele e apertou seu bumbum. Apertou! Droga, Dean. Como se a situação não estivesse embaraçosa o suficiente.

Então, Sam fez o inimaginável. A camareira se virou para ir embora depois de agradecer a gorjeta e ele deu um tapa no bumbum dela. Havia perdido o juízo, era isso. Só podia! Dean limitou-se a rir.

A noite acabou com os dois de volta a estrada, parando no primeiro motel sujo que encontraram.

"Uma ou duas camas?", o garotinho atrás do balcão perguntou.

"Duas", Dean respondeu.

"Claro...", murmurou a criança com uma expressão astuta.

Dean retrucou, mas preferiu deixar para lá.

Deitados na cama, o que era menos fã de conversas a essa hora da noite foi quem falou.

"E depois ainda diz que eu quem não sou educado o bastante para freqüentar lugares luxuosos", Dean provocou.

"Não começa, Dean", tacou um travesseiro nele.

"Pode vir, Sammy", levantando e chamando Sam para a 'briga' como costumava fazer quando eram pequenos.

"Vá dormir", finalmente falou. "E entre não me chamar de Sammy e não apertar minha bunda outra vez, eu dou preferência ao segundo pedido".

Virou para o outro lado e dormiu com as risadas de seu irmão na cama ao lado.

As coisas podiam estar bem ruins, ele estar fora do rumo que sonhara trilhar. E mesmo assim, aquela risada o fazia pensar que tudo terminaria bem. Ele estava em casa. Com Dean.

"Boa noite, Sammy".