Little Lady

Barrada no próprio prédio.

Depois de finalmente convencer meus pais que morar com a minha melhor amiga não teria nada de mal, tive que providenciar tudo. Meu pai ajudaria com apenas metade das despesas, o resto seria responsabilidade minha.

Já eram quase duas horas quando pisei no saguão do aeroporto. Eu já havia vindo uma vez para Nova Iorque, mas foi em um passeio, era tudo diferente, eu teria que fazer tudo do meu jeito. Chamei um táxi e fui em direção a minha nova casa.

Meu inglês ainda continuava fluente, mas, assim como no português, eu errava algumas coisas, mas nada suficientemente escandaloso para rirem de mim. Paguei o táxi e desci.

A fachada do prédio lembrava aqueles filmes antigos, não muito antigo,mas provavelmente da década de 80 ou 90. Sem porteiro ou nada parecido. A porta da frente era de madeira, e alta.

Assim que abri dei de cara com umas dez pessoas, desesperadas. Logo na frente tinha uma mulher que parecia mais uma secretária do que uma segurança, para acalmar todos desse jeito.

_ Oi, você não pode passar, não ainda. - interrompeu a "secretária", entrando na minha frente, sem deixar que eu pegasse o elevador.

_ Licença, mas eu moro aqui, quer dizer, eu vo morar, a partir de agora. A Katie, se você conhece, mora aqui e eu vou morar com ela. - respondi.

_ Qual o apartamento dela?

_ Acho que trezendos e dois.

Ela riu, as meninas que estavam um pouco atrás olharam e riram também.

_ Qual o motivo do riso? - interroguei, não era minha obrigação saber o apartamento que a minha melhor amiga morava sendo que eu nunca nem se quer visitei ela.

_ Esse apartamento não mora sua amiga. Caso você não saiba quem mora aí é o... - antes que ela pudesse interromper Katie invadiu o hall desesperada.

_ OMG!! Que confusão é aquela lá fora? Eles estão aqui de novo? - Katie gritou, sem nem me ver. - QUem está aí? Mais uma fã? E essa veio com bagagem?

_ Katie! Sou eu! Hanna. Essa mulher não quer me deixar entrar.

Assim que eu disse isso, ouvi um grito e ela veio correndo me abraçar. Ficamos abraçadas por uns trinta segundos, todos olhavam com cara de espanto.

_ Jullie, essa é a minha nova companheira de casa, minha melhor amiga, Hanna Bogard. Ela vai morar comigo por... não sei quanto tempo. Não sepreocupe. Deixe-a subir.

A moça me olhou, olhou para a Katie e me saiu da minha frente. Todas as meninas ficaram indignadas e começaram a murmurar que era um absurdo eu entrar sendo que ainda não morava lá.

Pegamos o elevador, ele era maior do que eu esperava, e antigo assim como o prédio.

_ Ai, eu nem acredito que você está aqui! Quanto tempo!! - Katie repetia, a cada cinco segundos.

_ Pois é. Que confusão não?! Quem era aquela mulher?

_ Aquela era Jullie, ela é agente de uma boyband. E eles estão aqui no prédio. Para falar a verdade, eles estão no apartamento ao lado do nosso. Nosso vizinho, Edward, é melhor amigo deles.

_ Ah! Que legal, musica o dia inteiro na minha cabeça! - falei. Katie riu balançando a cabeça.

O elevador parou no segundo andar, dois garotos entraram. Katie olhou para mim, com os olhos brilhando.

_ Oi Katie! Oi... amiga da Katie. - disse um deles.

Os meninos eram altos. Um era loiro e carregava uma sacola com sanduíches. O outro era moreno, tinha o cabelo um pouco encaracolado.

_ Oi gente! - Katie respondeu. - Essa é Hanna, minha melhor amiga, do Brasil.

Eles olharam e sorriram. Me comprimentaram com um beijo na bochecha e falaram:

_ Oi! Vocêé do Brasil? Nossa, nosso sonho é ir lá. Mas no momento parece ser impossível. - disse o moreno.

Todos riram, menos eu, sem entender qual era a piada. Ficamos em silêncio. Quando o elevador parou. As luzes piscaram e finalmente apagaram. A única luz que entrava era a da rua.

Falando em rua, ela estava lotada agora, e várias pessoas gritavam. Algumas com camisas estampadas rostos. Cartases das mais diferentes cores estavam pendurados.

Os meninos riram e acenaram para elas. Não sei como conseguiram ver, mas todas ficaram histéricas.